segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Projeto "Como cuidar do Outro" com alunos do 1º ano A

Os alunos do primeiro ano A, estão participando, sob a orientação da professora Josabel, do projeto "Como cuidar do outro". Na proposta os alunos levam uma boneca para casa juntamente com um diário. Essa boneca passa dois dias na casa do aluno, participando de sua rotina e dos afazeres de sua família.

Todos os acontecimentos são registrados e relatados no diário que acompanha a boneca Dora. Esse nome foi escolhido pela turma através de uma votação feita na sala.

A equipe Teocomunica conversou com a professora Josabel do 1º ano A que esclareceu a proposta: "O intuito desse projeto com a boneca é exaltar a Lei 10.639 que fala da cultura da África das historias da cultura Afro-brasileira. Na realidade o que ela quer resgatar é a importância da cultura negra na formação do povo brasileiro de uma maneira sutil, para que as crianças possam entender. A professora Josabel pediu para fabricar essa boneca para que os alunos pudessem ter um contato com ela em casa. Como seria a reciprocidade dos pais e das crianças através de uma boneca negra? Como seria o cuidado com essa boneca?

 Então foi feito um sorteio na sala de aula e essa boneca passa dois dias com cada criança e vai um caderno também confeccionado, e nesse caderno a mãe ou quem fica responsável pelas crianças, escreve como aconteceu esse contato com a boneca em casa que teve recepção e como foi o cuidado dessas crianças com essa boneca, como foi a recepção dessas crianças, como as famílias aceitaram a boneca em seus lares, e até mesmo com a questão de gênero, que também foi trabalhada porque é uma boneca e não um boneco.

 Com tudo isso está sendo verificando toda a demanda do que acontece em casa, no trajeto na perua escolar como essa criança cuida dessa boneca, como essa boneca é recebida em casa, e tudo isso foi escrito em um diário pelos responsáveis ou pelos pais. O objetivo com isso é pesquisar como uma boneca negra ou como um ser humano negro tem aceitação pela sociedade, principalmente pelas crianças.


Todas as sextas-feiras nós pegamos o relato das crianças como foi em casa, como foi aceito em casa, caso positivo ou negativo e trabalhamos com tudo isso em forma de histórias, desta forma é ressaltada a cultura Afro-brasileira, defendida na lei que é posta nas escola, como que ela poderia acontecer."

Quando indagada pela nossa equipe sobre a aceitação da boneca por parte dos meninos, a professora relatou o ocorrido com um aluno que recusou levar a boneca para casa, a despeito de ter sido a todo momento esclarecido que a boneca representa o cuidado com um ser humano, ainda assim não foi aceito pelo mesmo. Tirando proveito da situação, aproveitou a oportunidade para um bom trabalho relacionado a gênero com sua turma e sondar como o tema é abordado em casa pelas famílias.Com os demais alunos não ocorreu problemas, até o presente momento. A esperança é de que esse menino aceite a boneca até o final do projeto.

 "O intuito é de que todas as crianças sem exceção leve a boneca para sua casa, mas algumas dificuldades surgiram, como o não retorno da boneca na data combinada, a falta de registro por parte dos pais, sendo que tiveram que retornar novamente. A lei 10.639 foi alterada pela Lei 11.645 que torna o conteúdo obrigatório nas escolas, falar de algo que nos pertence. A reflexão é importante tanto por parte das famílias, quanto por parte dos professores. Alguns mitos devem ser rompidos com a proposta por exemplo, a escola sempre afirmar que o negro sempre foi escravo, na verdade o negro não nasceu escravo e sim tornou-se escravo."





 Os registros em formatos de vídeos podem ser acessados clicando nos links:

1- Como surgiu o projeto?

2- Introdução a atividade, explicação.

3- O retorno da Boneca Dora parte I

4- O retorno da Boneca Dora parte II

5- O retorno da Boneca Dora parte III


  Ouçam na íntegra, o áudio da entrevista feita com a professora Josabel.



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